sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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"por que de amor
para entender
é preciso amar,
por quê?"
Dorival Caymmi

Ponta da areia
amigo, a moda agora
é meia-vida para o amor
outra metade é desamor
um não passar das horas
amar sem mar, ah

caminho no tempo
na escritura
não meça o tempo
não peça segundo
que o quebra-cabeça
não pode: estampa
a dor no estampido
na boca

maré rouca,
fica ímpar o jogo
vamos meu velho
no rumo do espelho
que atrás de nós
há um rosto que quer
um tanto vermelho
dizer a que veio
atrás, emareio
de nós, a mulher

maré ressaca,
as meninas que vão
e que vêm
nosso rumo
a frente e
mais
atrás

memória me diz
todo eterno
que amar é
maré, mareterno...

Luis Gustavo Cardoso

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